A deficiência de vitamina D é uma condição altamente prevalente,
estando presente em cerca de 30% a 50% da população em geral. Muitos
estudos associam a vitamina D à saúde dos ossos, e sabe-se que sua
deficiência está relacionada à osteomalácia (defeito na mineralização
dos ossos) em crianças e osteoporose em adultos. Porém, estudos
epidemiológicos atuais têm demonstrado que sua deficiência não está
relacionada apenas à saúde dos ossos, mas também as doenças
cardiovasculares. Isso ocorre porque os receptores da vitamina D estão
presentes em vários tipos de células do corpo e, diretamente ou
indiretamente, regulam mais de 200 genes, sendo que sua deficiência
ativa o sistema renina-angiotensina-aldosterona e pode predispor à
hipertensão arterial e hipertrofia ventricular esquerda. Além disso,
essa deficiência provoca um aumento do hormônio paratireóide (PTH), o
que aumenta a resistência à insulina, que está associada com o diabetes,
a hipertensão, a inflamação e ao aumento de risco cardiovascular (LEE
et al., 2008).
Existem duas maneiras de se obter a Vitamina D: uma é a forma D²
(ergocalciferol), obtida através de suplementos e alimentos
fortificados, e outra na forma D³ (colecalciferol), obtida através dos
raios ultravioleta B e sintetizada pela epiderme humana ou consumida
principalmente na forma de óleo de peixe, alimentos fortificados ou
suplementos. O colecalciferol é transformado pela ação dos raios solares a partir da provitamina D3 (7-deidrocalciferol) encontrada na pele humana. Ambas as formas D2 e D3 são hidroxiladas no figado e rins a 25-hidroxicalciferol e subsequentemente à forma biologicamente activa, o 1,25-di-hidroxicalciferol (calcitriol) (LEE et al., 2008).
Estudos indicam que a rápida evolução da deficiência de vitamina D é
muito mais prevalente do que o esperado, prevalência essa que aumenta
em altas latitudes. Além disso, grupos étnicos com peles mais escuras
exigem proporcionalmente mais exposição solar para sintetizar
quantidades equivalentes de vitamina D comparadas as pessoas de peles
claras (LEE et al., 2008).
Devido ao estilo de vida e às culturas modernas, a humanidade produz
menos vitamina D cutânea. Isso se deve a múltiplos fatores, como
manter-se em lugares cada vez mais fechados, diminuindo a exposição
solar e fazendo uso de protetores solares bloqueando parte da
irradiação. A obesidade assim como a idade avançada também contribui
para este fator, provavelmente devido a uma diminuição da
biodisponibilidade da vitamina, em indivíduos com excesso de tecido
adiposo, e devido a uma menor absorção tecidual em idosos (uma pessoa
de 70 anos produz 75% menos vitamina D3 do que uma pessoa de 20 anos).
(LEE et al., 2008).
Estudos transversais têm confirmado a relação entre deficiência
de vitamina D e a prevalência de hipertensão e diabetes (SCRAGG et al.,
2004; SCRAGG et al., 2007,). Além disso, a deficiência desta vitamina
predispõe à resistência à insulina, disfunção das células beta
pancreáticas e a síndrome metabólica (CHIU et al., 2004; RIACHY et al.,
2006).
Fonte: rgnutri.com.br
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